Gosto de cabeças no ar; de pessoas que acordam de manhã já com um sorriso na cara: da espontaneadade de quem abraça ou beija sem medo do que virá a seguir ou num futuro próximo; de quem não tem agendas e se desliga de tudo o que lhe ocupa muito espaço; da forma como algumas pessoas riem delas próprias; de quem faz amigos ou conhecidos a qualquer altura e em qualquer lugar; da ingenuidade de alguns que, mesmo depois de voltas e mais voltas e nós na vida, continuam iguais a si próprios e de coração aberto. Aprendo tanto com elas, sem elas saberem, sem eu lhes dizer nada!
Há quem precise de UM, DOIS ou TRÊS motivos e/ou pretextos para estar com os amigos.
Eu acho que não deveria de haver NENHUM (em especial) para se estar com quem se gosta!!!
Naturalmente nunca fui de grandes sorrisos. Não porque a vida me tenha corrido assim tão mal mas porque... sei lá... sou assim, tenho expressão de "zangada com o Mundo" e quando estou mesmo zangada... ainda é pior. Mas sei lá. Olha, porque é que tenho só 1,60 cm?
Mas gosto de fazer rir e adoro rir. Quem me conhece e já me viu sem ser "zangada com o mundo" sabe disso. Quem eu amo, ou quase todas as pessoas que eu amo, também com pouco me fazem rir. Quem me vê pensa-me gélida. Quem me olha sabe-me fazer sorrir. É essa a diferença! Tão pouca! Tão ali ao lado que até faz confusão. Mais fácil fazer-me rir que chorar, garanto. E o segredo é tão simples que até acho estranho alguns não descobrirem. Jamais serei de risos forçados, amarelos, só para agradar. JAMAIS! Mas já me fizeram rir depois das lágrimas!
Hoje foi/é uma daqueles dias em que me falta(m) essas pessoas que tão bem me conhecem e que eu tenho a certeza que naturalmente conseguiriam arrancar de mim um só(rriso).
Há perguntas para as quais uma resposta de “sim” ou “não” não é suficiente.
As pessoas têm uma coisa que me deixa louca... limitam os significados das palavras e dão-lhes sempre a conotação mais negativa. Não sei se faz parte desta forma de pensar (que dizem que é de tuga) mas a tendência é a de reduzir ao máximo os siginificados e exaltar o pior de todos os sinónimos da palavra.
Pior ainda é quando atribuiem a uma palavra, por iniciativa própria, outros significados.
Sempre que me perguntam se sou romântica, primeiro respiro fundo, depois coloco um sorriso irónico e em jeito de piada respondo:
- Romântica sim, lamechas não!
E para que não fiquem mais dúvidas: Romântico: relativo a romance;poético;idílico;relativo a romantismo / Lamecha: bajoujo (baboso; palerma);apaixonado;
namorador ridículo.
Há um limite muito pequeno entre a sanidade e a loucura, entre o amor e o ódio... entre o romantismo e a lamechice.
Já tive quem me oferecesse flores, quem me dedicasse uma música num concerto, quem me me escrevesse uma carta, quem me fizesse um desenho, quem me dissesse palavras bonitas e sinceras sem que esses gestos ou palavras caiessem na vulgaridade e no ridículo.
Há que não cair na vulgaridade e no ridículo.
A vantagem da idade é que, mais do que sabermos o que queremos, sabemos o que não queremos. E se é sabido que, se não colocarmos fermento num bolo ele poderá não crescer e se colocarmos é quase certo que crescerá; uma relação poderá resultar com falta de alguns ingredientes mas, para mim, se não lhe juntarmos humor, é mais que certo que não vai resultar.
Um homem que não saiba rir, fazer-me rir, rir comigo ou rir das minhas piadas... quase de certeza que não terá lugar dentro de uma relação com "je".
Se tentei? Ó se já tentei... É o mesmo que falar para um chinês... e se não há comunicação não há relação.
Rir é o melhor remédio, rir faz bem, rir é ingrediente indespensável para o bolo da vida!
Já me habituei ao silêncio da minha casa, às crianças que brincam lá fora até à hora do jantar, ao incenso que queimo todos os dias, aos minutos de reflexão sentada no chão da varanda a fumar um cigarro, ao colchão de casal só para mim, ao facto de andar de um lado para o outro da casa à procura de algum objecto fora do lugar... Está sempre tudo no lugar!
Nesta fase da minha vida, muitas vezes disfarçada com sorrisos estóicos, mudanças de conversa sempre que se falava de algo mais sentimental, com lágrimas escondidas no wc, refugiada na companhia das pessoas que julgava não me conhecerem... pensei muitas vezes no pior e coloquei em causa muita coisa. Andei muitos dias sem esperança, sem ser capaz de ver lá longe, deixei de acreditar em mim, nos meus sonhos, nas pessoas, na familia, nos amigos, no amor... E quando deixamos de acreditar, de sonhar... morremos por dentro! Não sei se alguém percebeu (não querendo substimar a inteligência dos outros nem querendo sobrevalorizar a minha capacidade de disfarce) mas a verdade é que, percebi no meio de tantas perdas, o que havia conquistado!
Nestes tempos, quando tive vontade de chorar, tive sempre alguém que chorou comigo! Quando tive vontade de rir para esquecer, tive sempre alguém para rir comigo!
Quando tive vontade de estar só, tive sempre quem o respeitasse!
Quando tive vontade de desistir, tive sempre alguém que me lembrou do que eu havia conquistado.
Quando deixei de acreditar, houve sempre alguém que acreditou em mim!
A todas essas pessoas, o meu obrigado!
Aquelas que conheço há pouco, aquelas que conheço há muito, aqueles que não conheço e me fizeram acreditar em algo apenas pelos gestos ou pelo olhar!!!
No dia Mundial da criança deveria ser possivel comportarmo-nos como tal.
Se fosse possivel, passaria a manhã a ver desenhos animados tomava ao pequeno almoço aquelas carcaças frescas que a minha mãe trazia do minimercado e acompanhava com iogurtes naturais da Yoplait.
O resto dos dia o meu irmão estaria a lixar-me a cabeça e eu a fugir dele pela casa.
Passava a tarde na rua a inventar jogos até chegar a hora do jantar.
Não estaria nunca preocupada com as contas para pagar, com as responsabilidades... e o melhor disto tudo seria o facto de nos permitirem sermos crianças nesse dia e não nos descontarem no ordenado:)
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