Não amamentei, trabalho dez horas por dia e gosto de sair com as amigas. Sou má mãe?
(...) O nível de exigência é tal que as mães de hoje têm apenas uma meta a atingir, serem perfeitas.
Mas será que são más mães se continuarem a apostar na carreira, se sentirem saudades das saídas com as amigas ou se continuarem a desejar passar um fim de semana romântico a dois?
Super-mães
(...)«existem expetativas sociais sobre o que é ser mulher, mãe, esposa e trabalhadora que são exigentes e difíceis de agradar. Por vezes até irrealistas». Na perspetiva da especialista, «as pressões sociais, ou que são impostas pela própria pessoa, fragilizam a mulher e podem trazer bastantes problemas psicológicos». Querer a perfeição é meio caminho para a insatisfação, pois não é atingível e cria expetativas pessoais e sociais demasiado altas.
«É bom ser realista e não se deixar levar por exigências excessivas nem culpabilidades extremas». Segundo a psicóloga, as pressões sociais são pesadas e pouco saudáveis sobre qualquer mulher, em qualquer situação: «Mesmo as que decidem ficar em casa a tratar dos filhos são desvalorizadas e consideradas mulheres menores, menos fortes, como se essa não fosse uma escolha tão digna como a de trabalhar e ser mãe».
Não aos rótulos
Se algumas mulheres encontram a plena realização na maternidade, um número cada vez maior começa a fazer um balanço entre os prazeres e os sacrifícios que implica ter um filho. E a vida pessoal? E a carreira? E a vida social?(…)
Sou boa mãe?
(...) as mulheres interiorizam um ideal de boa mãe como a que tem um parto natural, que amamenta o filho, que vive exclusivamente para ele e ficam frustradas se não conseguirem seguir esse mesmo ideal. «O espectro da má mãe impõe-se de forma ainda mais cruel na medida em que é interiorizado o ideal de boa mãe», (...) No entanto, um estudo de 2008 concluiu que os filhos de mães trabalhadoras são mais felizes, mais bem sucedidos e mais resistentes que os outros. A resposta é simples. Se a mãe não se sentir realizada, a relação com a criança vai ser naturalmente afetada.
«Se a mãe e o pai estiverem descontentes com a vida que levam, ou mesmo consigo próprios têm menos disponibilidade emocional para desempenhar o seu papel parental», explica Joana Almeida. «Se houver um esforço exagerado para compensar a culpa que se sente de não ser a tal super-mãe, a educação sofre e a relação entre pais e filhos também».(...)
Agenda equilibrada
Qual a solução para sobreviver à pressão da sociedade e continuar a ter vida própria, além do marido e dos filhos? (...) gestão de tempo. «As mulheres conseguem fazer muito bem este milagre caseiro. Gerir o papel de mulher e parceira, de mãe, amiga e trabalhadora é difícil, mas possível. Basta haver muito realismo e bom senso».
Apesar de muitas vezes não poder fazer tudo o que gostava, pode tentar dar o seu melhor e nunca fechar os olhos aos feitos incríveis que vai conseguindo. (...)
Momentos intensos
Tempo de qualidade é, hoje em dia, o conceito-chave. Se a sua agenda profissional não lhe permite passar muito tempo com os filhos, uma das soluções pode estar na ludoterapia. Esta forma de psicoterapia aplicada às crianças defende que bastam 30 minutos por semana de brincadeira entre pais e filhos para as suas vidas mudarem completamente.
Os problemas de comportamento dos mais novos são corrigidos e é frequente as crianças verem a autoestima aumentada, além de aprenderem a ser mais auto-controladas e disciplinadas. Mas não são 30 minutos quaisquer. Coloque o telemóvel no silêncio, desligue a televisão e deixe que a criança escolha a sua brincadeira preferida.
É que os mais novos usam os brinquedos como palavras e o ato de brincar é a sua linguagem. Se habituar a criança a estes 30 minutos de qualidade entre os dois, esta já não se sente tentada a usar «truques» para captar a sua atenção.
... dizem. Mas uma segunda oportunidade é meio caminho andado para não se cair nos mesmos erros. Haverão outros certamente.
O meu amor pelo David é incontestável. No entanto, a partir do momento que soube que estava grávida foi um turbiulhão de emoções, muitas delas, mais destrutivas que construtivas. Foi uma ansiedade, uma enxurrada de dúvidas e "mas" que não me permitiram estar, aquando o nascimento, o suficientemente confiante para viver aquele momento maravilhoso em pleno. Ainda hoje não sei se o facto do David acordar várias vezes durante a noite, quase até aos 3 anos, era uma coisa natural com a qual não soube lidar de forma saudável ou se a instabilidade dele era consequência do meu cansaço originário da privação do sono. Como se de um circulo vicioso se tratasse. Quis erradamente ser tão competente como mãe como me imponho ser num qualquer trabalho ou tarefa que me deleguem. Achei erradamente que rotinas não podem nem devem ser quebradas NUNCA. Não pedi estupidamente ajuda quando deveria ter pedido. E, apesar das maravilhas e das memórias boas que tenho e registo no blog do David, o saldo era sempre igual a um cansaço do qual só restavam forças e ânimo para o bébé. Não me restava mais nada para dar a mim ou aos outros mas, principlamente a mim e... (isto que vou escrever nunca o disse a ninguém) fui-me arrastando com forças que nem eu própria conhecia para criar uma criança feliz. O David é extremamente feliz. Não tenho e não tenham dúvidas. Apesar do cansaço eu nunca deixei de rir, brincar, sair, fazer palhaçadas... O meu corpo é que ainda está(va) a recuperar de noites de sono de poucas horas, interrompidas contantemente. Um mês depois do David começar a dormir noites seguidas, começo a desconfiar dos sinais do meu corpo negando compulsivamente o que um teste de gravidez veio comprovar: outro bebé vem a caminho.
Curioso, ao contrário da gravidez do David, durante as primeiras semanas andei um pouco como que anestesiada. Até à primeira consulta, vivi sem ansiedade e sem pressa a constantação mais visivel de um feijãozinho a crescer com um coração a bater. Da primeira gravidez convenci-me que era uma menina que carregava no ventre e quando a médica me disse ser um menino fiquei... Por incrivel que pareça, e ao contrário dos outros, não tenho urgência nenhuma em saber o sexo deste bébé. Cada dia é um dia e quero vivê-lo calmamente. Talvez a sabedoria que trago da vivência anterior me dê mais serenidade, confiança e segurança para lidar com o menos agradável de um pós-parto. Assim espero. E apesar de estar a ser tudo diferente até agora e de não duvidar que vai ser maravilhoso viver um amor em dobro, tenho a certeza que... Não há amor como o primeiro...
Ontem jantar cá em casa. Coisinha que já não faziamos há muito tempo. Muito menos um jantar a acabar às 5h30 da madrugada. Sábado acordei com uma neura... Para além de almoço em família ainda havia o Festival Panda. Pensei: - Não, não me apetece nada! Mas depois veio o meu lado racional (tão sempre presente). E realmente, o piqueno merecia, porque se porta bem, porque é criança, porque vai conosco para todo o lado. Agora era a nossa vez de irmos com ele. Não é programa que nós amemos, mas ser mãe (também) tem destas coisas. E sabem que mais? Passou-me a neura, fartei-me de dançar e cantar as músicas do Panda, vibrei com os personagens que vejo na TV em uníssono com o David. Ele estava feliz e a divertir-se e foi contagiante. E.. ser mãe (também) tem destas coisas: ficar feliz só com a felicidade deles:)
Na escuridão, conseguimos sempre ver uma luz ao fundo do túnel!
Ser mãe é ter dentro de nós a força que nem nós sabiamos ter!!!
(e receber prendas no dia da mãe... obviamente ihihihihi)
O blog do David
Blogs que leio