Não gosto de filhos únicos. Não gosto de filhos únicos, talvez porque tenha crescido com irmãos. O Luis tem menos 17 meses que eu e o Cláudio menos 15 anos. Sou a irmã mais velha. Por isso, tenho por eles um sentimento de protecção quase maternal. Há poucas coisas que me poderiam levar a fazer mal a alguém ou a passar a linha do "correcto". Se alguém fizesse mal a um deles eu era capaz de virar bicho. É tão bom ter alguém com quem brincar, discutir e fazer as pazes a seguir. Porque, apesar dos amigos, o irmão é aquele que nunca nos falha, que nos entende quando ninguém entende. É isso... não ser filho único é ter uma cumplicidade que não se tem com mais niguém e que eu acho maravilhosa. Não ser filho único é, tal como está implícito: não ser único. É haver uma parte de nós no outro e vice-versa. Um irmão é aquela parte de nós que está onde quer que o outro esteja.
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