Por muitas experiências más que passemos, o pensamento é e/ou deverá ser de que desta vez vai correr tudo bem. É isso que desejamos para nós e para as pessoas de quem gostamos. Por isso, digo(-te) que desta vez vai correr tudo bem. Mas mais importante que corra tudo bem (porque isso é o que se quer e se deseja naturalmente nos mais fundo de nós) é que se algo correr mal, uma coisinha que seja... eu estarei cá. As pessoas que gostam de ti estarão cá para ti... de coração. É isto que o amor tem de tão especial: é para o bom e para o mau. Desta vez vai correr tudo bem (o que quer que isso queira dizer) e eu estarei aqui para ver-te sorrir e crescer, dia após dia!
No meio destes meus 35 anos, com um filho de 3 anos acabados de fazer e à espera de outro bebé com, neste momento 16 semanas de vida, precisei sentar-me, pensar, e chegar à conclusão de que, mais do que já mudou a minha vida naturalmente, eu vou ter de mudar mais ainda e impor-me objectivos para que a vida seja mais... leve. Não sei se a palavra leve é a mais indicada mas, é assim que me sinto há pelo menos 3 anos. Pesada, cansada, exausta, sem espaço para o EU. Ser mãe tem coisas deliciosas, tão boas que nem nos lembramos das outras que necessitamos para sermos mais Mulheres para além de só mães. O tempo voa tão depressa que parece não haver espaço para mais do que tratar deles, alimentá-los, dar-lhes banho, levá-los ao parque, à natação, brincar, tratar da roupa, da casa, etc... e a juntar a isto, mais de 8 horas do dia a trabalhar fora de casa. Deixei de conseguir ver-me ao espelho, ver-me com olhos de ver. Deixei de sentir-me para além de mãe. Deixei de ver a namorada, a amiga, aquela que gosta e precisa dos seus livros, da sua escrita, de deambular pela rua sozinha, de ficar a olhar o mar, de fotografar, de desenhar, de dançar, de não pensar em nada, de não ouvir ninguém a não ser os sons do que me rodeia. Medo de que abraçar tudo o que me "pertence" seja egoísmo e sinónimo de falhar como mãe. Culpa, por poder estar a abdicar de tempo precioso com e para o(s) meu(s) filho(s). Uma culpa estúpida, talvez. Mas que me pesa como só eu sei. Trabalhar isto não vai ser nada fácil. Há coisas em nós que estão tão intríssecas que arrancá-las de nós deve ser mais doloroso que uma depilação completa a cêra. Mas preciso encontrar-me, nem que para isso eu precise de acreditar, inicialmente, que o estou a fazer para bem dos meus filhos. Afinal de contas... eu acredito que ter uma mãe feliz e leve deve fazer uma grande diferença para se crescer (feliz).
Está tudo doente cá por casa e a nossa sala parece um acampamento. Há fraldas, soro fisiológico, termómetro, toalhitas, mantas, mantinhas, almofadas, chá, ben-u-ron, brufen, Griponal... mesmo que algum de nós não estivesse doente ficava só de ver este cenário!
... agarrar no carro e seguir sem destino.
Ao preço que está a gasolina não ia muito longe não é verdade?
Deixa-te mas é estar quieta.
Filho da p*** que às vezes se me agarra que nem lapa e não me deixa caminhar; que se disfarça em ansiedade e me tira o sono; ladrão que me rouba a vontade de estar com os amigos; inútil que só serve para atrapalhar, inoportuno que só chega na hora errada; covarde porque aparece quando estamos mais frágeis; ladrão que nos rouba a capacidade para sonhar; manipulador porque faz-nos mesmo acreditar no pior; mentiroso porque só diz que aquilo que não é nem pode ser verdade; ...
Ninguém pode adivinhar o que sentimos, o que queremos, o que desejamos nem o quanto desejamos. Mas tenho para mim, que o amor é como uma porta que, quando aberta para o outro (companheiro/a, namorado/a) e/ou para os outros (amigos), só não entra para ver quem não quer, só não vê quem não quiser, só não (nos) conhece quem não quiser entrar. Entrando por essa porta deixa-se de ser dois e passa-se a ser um. Entrando por essa porta deixa de ser preciso pedir licença para entrar. Entrando por essa porta deixa de ser preciso colocar questões. Entrando por essa porta abrem-se outras tantas. Posto isto, não há para mim, qualquer razão para perguntar-se "- Queres que eu fique?", "- Queres que eu vá?", "- Importas-te?", "- Que presente te dar?", "- Onde te levar hoje?", "- Queres fazer amor?", "- Precisas de ajuda?", "- Estás triste?"... Eu continuo a crer que, quando se ama/nos amam, sabe-se sempre quando ficar; sabe-se sempre quando partir; sabe-se sempre o que magoa, o que faz rir, o que se fazer e onde ir; sabe-se sempre o que agrada e como agradar. O amor não precisa de palavras nem de pontos de interrogação a partir do momento em que abrimos/nos abrem a porta. Amar/amarem-nos é conhecer/conhecerem-nos e, é como tudo na vida, exige atenção, aprendizagem, experiência, dedicação.... e as respostas vão surgindo... deixando de ser preciso voltar a perguntar ("- Posso entrar?")!!!
Hoje, enquanto almoçava com um amigo de longa data e enquanto ele falava da namorada, eu revia-me nela. Sem a conhecer, eu quase poderia dizer que a compreendo. Mas ao mesmo tempo que o ouvia, percebi que aquilo que somos/sou, as nossas atitudes, as nossas acções e não accções, as nossas defesas e refúgios, os nossos medos e inseguranças, com as quais aprendemos a viver durante tanto tempo, são tão óbvios para nós e tão (compreensivelmente) incompreensiveis para os outros.
Num post anterior eu escrevia que, com o tempo nós não ganhamos experência nem sabedoria, mas defesas, rugas, mágoas... e desaprendemos o que é o amor e as coisas simples da vida tal como uma criança as vê... simples. Nós com o tempo, só complicamos. Não intencionalmente. Mas cada vez temos mais medo de falhar onde outrora falhámos por simplicidade. E parece que temos de aprender tudo de novo (que não é nada fáci), temos de aprender a escrever, a falar, a sentir, a amar como se fosse a primeira vez. Temos de conseguir mudar de pele, limpar a alma, cuspir fantasmas, dor, sofrimento, angústia que tão bem guardámos na tentativa de não mais voltar a sentir/passar pelo mesmo. Tudo isto parece fácil quando lidamos sozinhos com aquilo em que nos tornámos. Já não se pode dizer o mesmo quando queremos partilhar a nossa vida com alguém. Tal como a palavra ("partilhar") diz, temos de ser capazes de dividir, repartir, o melhor e o pior de nós com alguém que estimamos e com a qual queremos construir algo NOVO. Mas ninguém gosta de partilhar o pior de si. Ninguém gosta de falar do pior de si. Ninguém gosta de lembrar o que foi, o que perdeu, quem magoou, porque chorou, porque sofreu. Mas se eu algum dia achei que o facto de não falar sobre isso seria uma forma de proteger quem amo... hoje já acho que é muito difícil manter uma relação anos e anos, sem darmos a conhecer quem fomos, somos e o que pretendemos ser (sempre melhor) numa vida futura ao lado de quem amamos.
Não é fácil, eu que o diga, é preciso paciência, amizade, respeito e acima de tudo... AMOR!!!
... como que suspensa sobre as ondas do mar.
O meu corpo a baloiçar nas ondas do mar.
De lá para cá... de lá para cá...
No horizonte só o céu azul e como música de fundo o fundo do mar.
Não quero saber para onde vou...
Vou-me deixando levar... que hoje não há forças para lutar!
... em que não consigo manter activa a capacidade para acreditar que vou conseguir. Hoje é um desses dias.
... nunca chega não é verdade?
Há dias em que só queria um colo, aquele colo em que nos sentimos seguros, cómodos, confortáveis, em que sabemos que nada nem ninguém nos fará mal porque, do nosso lado, está alguém que nos ama.
Eu abdiquei do meu porto seguro para ir para alto-mar...
Há dias assim... em que tudo é só mar e o azul é tudo o que tenho. Há dias em que não há ninguém que, mesmo nesta imensidão, se sente a meu lado e, sem nada dizer, consiga falar-me.
Não há caminhos certos nem errados (pelo menos quero acreditar nisso), há sim, caminhos mais longos e caminhos mais curtos...
Ás vezes tenho a sensação que escolho sempre o que tem mais pedras!
Nesta fase da minha vida, muitas vezes disfarçada com sorrisos estóicos, mudanças de conversa sempre que se falava de algo mais sentimental, com lágrimas escondidas no wc, refugiada na companhia das pessoas que julgava não me conhecerem... pensei muitas vezes no pior e coloquei em causa muita coisa. Andei muitos dias sem esperança, sem ser capaz de ver lá longe, deixei de acreditar em mim, nos meus sonhos, nas pessoas, na familia, nos amigos, no amor... E quando deixamos de acreditar, de sonhar... morremos por dentro! Não sei se alguém percebeu (não querendo substimar a inteligência dos outros nem querendo sobrevalorizar a minha capacidade de disfarce) mas a verdade é que, percebi no meio de tantas perdas, o que havia conquistado!
Nestes tempos, quando tive vontade de chorar, tive sempre alguém que chorou comigo! Quando tive vontade de rir para esquecer, tive sempre alguém para rir comigo!
Quando tive vontade de estar só, tive sempre quem o respeitasse!
Quando tive vontade de desistir, tive sempre alguém que me lembrou do que eu havia conquistado.
Quando deixei de acreditar, houve sempre alguém que acreditou em mim!
A todas essas pessoas, o meu obrigado!
Aquelas que conheço há pouco, aquelas que conheço há muito, aqueles que não conheço e me fizeram acreditar em algo apenas pelos gestos ou pelo olhar!!!
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