Assim muito baixinho, para ninguém nos ouvir:
- Desde sábado à noite que não fumo um cigarro!
... o "bichinho" dos pinceis e das tintas apoderou-se de mim. Antes que ele se vá embora vou colocar em prática umas ideias que tive. Depois mostro-vos.
Confesso-me, sempre me confessei com a mania da perfeição. Gosto das coisas bem feitas, nem mal, nem metade bem-feitas. Não é fácil lidar com esta mania principalmente depois de se ser mãe. Às vezes dou por mim a pensar se estarei a fazer tudo bem. Mesmo depois de já ter lido imensas coisas e ouvido imensas pessoas com e sem experiência dizer que ninguém é perfeito, que não há pais perfeitos, que falhar é humano, etc. Não sei bem explicar porquê isso. O David, até agora, tem-se revelado um menino excepcional. Obstinado, bem-disposto, simpático, que adora mexer em tudo o que não deve (próprio da idade) e qua ainda acorda durante a noite (talvez sejam os dentes). Perguntava-me eu, no outro dia, como iria fazer para ele perceber que não deve mexer em determinados objectos (como tomadas e fichas trilas), nem subir tudo o que consegue subir (caixas e movéis mais baixos) porque o coloca em perigo. Já falámos vezes sem conta e ele volta lá com ar desafiador, mesmo que nos baixemos e nos coloquemos ao mesmo nível que ele (uma dica de que para repreender as crianças devemos nos colocar ao mesmo nível que elas e para mim fez sentido a explicação). A palmada na palma da mão, para além de nunca me ter sentido confortável com a ideia, das vezes que tentei não surtiu efeito e fiquei-me a sentir péssima. Não acho que a gressividade ou a repreensão através de um acto físico como bater, tenha bons resultados imediatos ou futuros. Sempre me fez confusão. Não quero que ele aprenda a lidar com os conflitos através da agressividade mas sim pelo diálogo. A verdade é que, nesta idade, o que eles fazem é uma forma de chamarem a atenção, de comunicarem o que ainda não conseguem exprimir verbalmente e eu, ainda não tinha encontrado uma forma (correcta) de comunicar com ele e de o fazer ver que determinada acção o pode colocar em perigo. Ainda não tinha encontrado uma forma de o repreender que me satisfizesse, me fizesse sentir bem, com resultados positivos e saudáveis. Pesquisei e encontrei algo que me pareceu aceitável e que vou tentar.
Criar uma situação de pausa geralmente funciona para drenar alguma excitação duma situação tensa. Esta técnica resulta pondo a criança sentada por um curto intervalo de tempo (...) num sítio específico tal como uma cadeira, uma escada, num quarto, etc. O importante é esse sítio não ser nem demasiado estimulante nem demasiado fechado. A ideia é que a criança ganhe novamente o controlo do seu temperamento.
Para que estas pausas resultem, não devem ser vistas como um castigo, mas sim como um momento especial para reagrupar ideias e acalmar.
O blog do David
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