Um dia levado ao limite equivale a dois. O alerta para tudo transformado num cansaço ao qual não dou tréguas. A minha cabeça a latejar. Pontos de interrogação para tudo e mais alguma coisa. Dúvidas, incertezas, receios... a bomba na minha cabeça que parece rebentar. Desejo incessantemente silêncio, parar o tempo e parar-me no espaço. Mesmo depois de tudo o que me possa sossegar o meu ritmo continua a mil. O meu coração a bombear, a minha cabeça a latejar. Sem forças para nada e forças para quê? Deixo de conseguir ouvir o meu coração pequenino. Deixo de conseguir sentir o melhor de mim, dentro de mim, no meu ventre. Respiro. Tento contar até 10 e não consigo fazê-lo sem ser à velocidade a que estou formatada. Repito para mim mesma que não há qualquer necessidade. Que não há qualquer beneficio na tentativa de me convencer a mim mesma que é preciso parar... parar de me impor limites.
Há muito que penso nisto de mudar de vida. Há muito que penso no quanto eu gostaria de fazer algo que me desse realmente prazer e pudesse viver disso. Há muito que ponho em causa a forma competente e perfecionista que vivo para o meu trabalho por muito que ele não me dê o prazer que eu gostaria de retirar dele. Acho que mesmo que varresse ruas eu seria tão exigente comigo própria como sou em tudo porque... porque sim. Porque só assim faz sentido para mim. Mal ou bem é desta forma que eu vejo e sinto as coisas. Dar sempre 200% é meia forma de realização pessoal. Mas depois há o outro lado da moeda. Porquê fazê-lo se não há 200% de prazer daí retirado? Então, há muito que penso o quanto eu seria realizada se juntasse esta minha postura a algo que me desse realmente prazer. Mas houve sempre o medo. O medo de arriscar trocar o garantido e certo (ao final do mês) por algo incerto. A verdade é que, tudo muda quando nos tornamos mães. E este, é sem dúvida, o maior desafio de todos. Aquele que nunca vemos terminado é certo, mas também aquele do qual não pudemos nem queremos desistir, deixar a meio, fazer mais ou menos. Aquele que, mesmo não correndo como planeado/idealizado, se contorna e se arranja forma de ultrapassar com as forças que desconheciamos ter. Então se somos capazes do maior desafio por eles, não seremos capazes de um por nós para eles? Por enquanto não passam de ideias na cabeça e no papel, mas que, espero conseguir levar avante e quem sabe... daqui a uns meses apareço aqui e... tcharam... anuncio que mudei de vida;)
... para relembrar quem sou:
Gosto de dias assim, de céu azul; preciso da praia no Verão, no Inverno, em qualquer estação do ano; delicio-me com figos e diospiros; aprecio plantas em casa, árvores milenares, flores pequeninas e coloridas, o cheiro a terra molhada, sentir a chuva no rosto e o sol no corpo; procuro o silêncio; fascinam-me olhares profundos e que falam; tiram-me do sério os sorrisos e as gargalhadas com lágrimas; não resisto a abraços sinceros; derreto-me com mãos nas mãos; perco a cabeça com beijos apaixonados, roubados, molhados; não esqueço o sabor dos gelados do Santini’s e o cheiro dos bolos da minha mãe; refugio-me no CCB ao final da tarde; vou ao cinema sozinha e acompanhada; interesso-me por coisas antigas, com histórias para contar, adivinhar; reparo em sardas; seduz-me vinho tinto à luz das velas; perco a noção do tempo com conversas interessantes; aventuro-me em viagens por terras nunca faladas; vejo com prazer fotografias de infância; não resisto a castanhas assadas ou cozidas, azeitonas, queijo Brie, pão alentejano quente com manteiga, gomas e bacalhau (de qualquer maneira);...
Pois que não sei como o dizer. Voltei a fumar. Já me chicotiei o suficiente e não preciso que mais ninguém o faça. Que querem, eu achei que a notícia que recebi na sexta-feira justificou o puxar de um cigarro. De qualquer maneira, do mal o menor. Ainda não desisti de correr e, segundas, quartas e sextas-feiras lá vou eu. Cada vez consigo correr durante mais tempo! Afinal até nem é assim tão aborrecido. Digamos que é o meu momento do dia... só meu... e onde liberto as energias negativas do dia de trabalho. E sabe mesmo bem!
Nunca, mas mesmo nunca, tive paciência para levar e trazer o que os outros dizem de mal. Não sei se é feitio ou defeito. A verdade é que, talvez por ser uma pessoa reservada, sempre houve muita gente que se sentia confortável em falar/desabafar comigo. Bem ou mal, eu ouvia-as. Algumas cheguei a ter de cortar confidências relações de forma politicamente correcta, quando as coisas começavam a aborrecer-me e passavam os limites do simples desabafo. Nunca entendi a necessidade que alguns seres humanos têm, de contar coisas desagradáveis que ouviram falar de determinada pessoa. Vai acrescentar algo de bom na vida dessas pessoas? Vai torná-las mais felizes ou melhores pessoas? Por este meio, duvido que algo de positivo se dê. Por isso, oiço, apago e não quero saber. Ninguém é perfeito é verdade. Mas acho que existem dois grupos (ou serão mais?) distintos de pessoas: aqueles que têm consciencia de que não há pessoas perfeitas e com os erros da vida tentam limar as suas arestas seguindo o seu caminho sem magoar os outros; e aqueles que nunca se aperceberam que não há pessoas perfeitas e que se acham no direito de magoar os outros com as suas imperfeições como se daí tirassem proveito de não serem os únicos a falhar. E o que acho mais estranho é que: não traz felicidade nem para quem conta nem a quem se conta. Há coisas na vida que não fazem mesmo sentido para mim!!!
Os parasitas fazem-me comichão. Fazem-me mais que comichão. Mexem mesmo com o meu sistema nervoso. Principalmente, quando se tratam de parasitas da sociedade. Principalmente, quando se tratam de pessoas que não o escondem nem disfarçam e ainda nos fazem sentir que nós (que não somos nem queremos ser parasitas) devemos ser bem diferentes deles (para não dizer: devemos fazer o trabalho deles). Gente que não tem onde cair morta mas insiste em dar uma de dondoca e tratar os outros com ar petulante!
Já não posso ver maçãs nem bolachas de água e sal. Eu própria, já não me aguento!!!
Vamos reduzir nos hidratos de carbono que é onde me perco. No pão, no arroz, nas massas que adoro saborear de qualquer maneira... Beber água que me esqueço de o fazer quase sempre e aguentar os roncos na barriga e o mau-humor que a "restrição" me dá.
Hoje será o primeiro dia de dar corda aos ténnis. NÃO ME APETECE NADA... mas ainda não tenho desculpas.
Tenho ténnis, vivo a 10 minutos de um parque urbano com circuito e que tem sempre gente a correr, tenho Ipod e a minha cunhada é personal trainer... Acabaram-se as desculpas para não correr e não manter a forma.
Faça favor de entrar... Eu já não posso com esta chuva e este frio.
Ontem, aqui na empresa, enquanto fazia uma pausa, ouvi uma conversa entre duas fulanas:
- Viste os ténnis dele? Nem se quer estavam lavados! Estava completamente fora do contexto.
E a outra vai e diz:
- E diz ela que ele ajuda muito com o menino. Deve ser verdade!
Sou só eu que acho que as pessoas a avaliar os outros são muito boas merdas?
Ah... importante frisar, que estas duas fulanas quando chegaram ao sítio onde me encontrava, nem boa tarde disseram. Se calhar faz parte de quem tem os sapatinhos limpinhos. Deve ser. Eu é que sou estranha... só pode!
Sempre que vejo uma grávida, ou sei de alguma mulher que está grávida, ou me imagino (novamente) grávida... fico assim com olhar de carneiro mal-morto / nostálgica!
Quando era miúda queria muito crescer e casar. Imaginei muitas vezes o meu vestido de noiva. Era sempre diferente daquilo que estava habituada a ver. Cheguei mesmo a desenha-lo. Depois, passei por uma fase de revolta. Os homens, para mim, eram todos iguais, machistas, sexistas, egoistas, interesseiros e decidi que nunca casaria porque isso iria roubar-me a independencia e blábláblá. Coisas parvas eu sei mas, esta minha teoria salvou-me muitas vezes de ter atitudes impulsivas perante o sexo masculino e de gostar muito de avaliar qualquer pessoa antes de me envolver com ela. Ainda bem... muitos deles, de caras bonitinhas e de conversa melosa não valiam a ponta de um chavelho como homens. Hoje, certa de que tenho ao meu lado o homem com quem quero envelhecer e o pai maravilhos para o meu filho e para o que poderá vir a seguir (nunca escondi que não quero um filho único), dei por mim a imaginar, novamente, o meu vestido de noiva mesmo que não tenha em mente casar no papel. Mas, confesso que, se houvesse um pedido de casamento, eu ia adorar sem hesitar e até já sei que vestido levava. Por acaso, num dia destes, passei os olhos pelo Catálogo da Mango e, quando vi este vestido pensei: "- Bolas... se casasse agora, levava este vestido!" Pois bem, seria este, sem tirar nem por nada, até a cor me agrada... só falta o pedido de casamento ;)
(imagem retirada do Catálogo da Mango)
Por vezes não se fala de certas e determinadas coisas porque não queremos nos expor emocionalmente e por conseguinte, ficarmos perante a constatação de algo que não deixa feliz e nos magoa. Pelo menos eu prefiro acreditar que é (só) isso!
Nunca tive grandes razões de queixa do IKEA. Mas desta vez... Fui lá no dia 13 atrás desta mesa e destas cadeiras para o David. Não havia. Voltei lá este Domingo de manhã e comprei a respectiva. Cheguei a casa para a montar e faltavam peças. Voltei ao IKEA. Depois de 1 hora à espera e a correr atrás do David... lá nos sugerem voltar lá dentro para ir buscar outra embalagem. Como? Nada disso. Peço a devolução do dinheiro. Nem pensar passar mais um minuto que seja lá dentro. Hoje, nova tentativa... bem sucedida. Mesa e cadeiras montadas com todas as peças. Acho que gastei mais em gasolina do que propriamente na mesa e nas cadeiras!
Já não me lembro quando tinha sido a última vez que tinha ido aos Pasteis de Belém mas, quase de certeza que já tinha sido há uns bons 10 anos. Hoje fui lá outra vez. Achei que seria um bom local de encontro para estar com uma amiga que já não via fazia algum tempo. Mas não, não é um bom local de encontro. Aquilo para arranjar uma mesa é uma carga de trabalhos, é barulhento, é caro e já comi pasteis de nata bem melhores que aqueles! Daqui a 10 anos talvez volte a colocar os meus pés lá... ou não!
Os meu pais sempre me incutiram valores importantes que até hoje carrego comigo. Mas, erradamente ou não, também sempre me disseram que às vezes temos de engolir alguns sapinhos. Durante muito tempo engoli sapinhos, sapos, até sapões mas, confesso, já não há pachorra. Muitas das vezes não dizemos (educadamente) o que temos de dizer, não expomos o nosso ponto de vista, não reenvidicamos coisas a que temos direito por medo. Seja por medo de perder o emprego, medo de ferir susceptibilidades, medo que nos olhem de outra maneira... Quando estiver bem velhinha, sem trabalho, sabe-se lá se com direito a reforma ou não, sabe-se lá se com casa paga ou não, se com saúde ou não, se com dinheiro ou não, ninguém vai querer saber dos sapos, dos sapinhos e dos sapões que engoli, de que sempre cheguei a horas ao trabalho, que sempre cumpri com responsabilidade os meus deveres e obrigações, que sempre fui justa e imparcial, que nunca passei por cima de ninguém mesmo quando aliciada, que nunca faltei ao respeito aos meus colegas nem superiores hierárquicos por isso, cansei-me de engolir sapos, sapinhos e sapões. Acima de tudo a dignidade. Cansei-me. Cansei-me de pessoas que se acham superiores porque acupam cargos de responsabilidade sem a assumirem como deveriam assumir não justificando os ordenados que têm. Cansei-me de pessoas que julgam que ter um curso superior lhes dá o direito de falar e tratar os outros (independentemente das habilitações) a seu belo prazer. Cansei-me de pessoas frustradas, azedas, invejosas, que não sabem falar nem escrever e sem humildade. Cansei-me de pessoas que só olham para o próprio umbigo quando as funções que exercem exigem que trabalhem em equipa. Cansei-me de pessoas más, mentirosas, desleais. E dessas, garanto, não vou engolir nem mais um sapinho.... mesmo que seja muuuuuuuuito pequenino.
Pois que ser eremita, para já, não está nos meus planos e vai de comprar um telemóvel. Baratinho baratinho que eu só preciso de um que dê para fazer e receber chamadas e sms. Se já tivessem inventado um que cozinhasse e limpasse a casa... investia de outra maneira, mas como não há... fico pelo básico. Junta-se o útil de trocar pontos adquiridos e o agradável de arranjar um telemóvel novo e voilá. Vamos é ter de aguardar, pelo menos, uns 5 dias úteis. Se aguentei até aqui, aguento mais 5 dias certo?
O blog do David
Blogs que leio