No dia em que nasceu este blog (há três anos atrás) e sem querer muito voltar atrás no tempo e ao mesmo lugar, eu não era esta... esta não era eu. Se pior ou melhor... não sei. Tenho uma certa dificuldade em avaliar as coisas dessa forma tão linear. Pelo menos, o caminho percorrido ao longo destes anos foi-se tornando mais aprazível. Ao início complicado, às vezes doloroso, muitas vezes lento mas, os meus olhos foram vendo coisas que não viam, o meu coração começou a reaprender a sentir coisas boas e os meus braços e o meu corpo ficaram menos pesados... Hoje não tenho dúvidas que este é o caminho certo. Onde me levará? Hoje também isso já não me importa. O estar aqui e não me sentir perdida é o suficiente para ver tudo com outros olhos. Três anos é tão pouco e pode ser tanto. Para mim... foi muito mais que outros tantos anos.
Eu: - Olha lá, se tivesses que me oferecer rosas que cor escolhias? Vermelha de Paixão ou Rosa de Amor?
Ele: - Oferecia-te as duas!!!
(E ofereceu mesmo. Ontem ofereceu-me duas rosas para comemorar o nosso reencontro e a nosssa antiga história de paixão e amor. Adorei. Sempre a somar pontos)
Como uma chuva num dia de sol
O cheiro dele as flores desapareceu
E no ar, o cheiro a terra molhada
E o Amor dele que nunca foi teu.
Sozinha na sombra do dia
Tentas caminhar na escuridão.
Procuras respostas aos teus porquês.
Tentas secar a tua alma em perdão.
Mas a chuva que cai nesse teu corpo
Que o amou sem muito pensar,
Cai como lâminas afiadas
Abre feridas que não sabes como sarar.
Não vês ninguém na rua.
Não encontras onde te abrigar.
Corres à procura dele...
Cais no teu próprio chorar.
Na tua bagagem a sinceridade,
A fé, a amizade e o acreditar
Pesam-te como pedras da calçada
Custa-te tanto caminhar.
Jamais haverá outra Primavera
Igual à que conseguiste imaginar
O cheiro dele a flores desapareceu
E tu procuras onde te encontrar.
Algures um arco-iris virá...
Ou um abraço, ou alguém
Ninguém morre por causa de chuva
Ninguém, mesmo ninguém!
(Que nada te derrube. Que ninguém te faça parar. Desilusões haverão sempre... assim como gente para amar).
... por eles e tive de os trazer para casa! São lindos e foram ao preço da chuva (que a chuva não me oiça e volte outra vez).
Tenho andado por aí, longe daqui mas (mais) perto de mim. Faltaram-me as palavras mas nunca o pensamento. Perdi a vontade de ser explicita mesmo que ache que mesmo escrevendo quase nunca sou explicita. Faltaram-me as palavras e comprei uns lápis de aguarelas.
Em tempos perdi tudo, deixei tudo num lugar e não consegui trazer o que me pertencia, como se quisesse deixar ali, quem fui. Então comprei uns lápis de aguarelas novos. Pincéis. Papel. Enchi a mala do quotidiano com mais coisas ainda. Deixei de conseguir parar. Cada desenho me fazia sentir mais próxima. Cada desenho era uma forma de sentir-me mais longe estando perto. E isto é como tudo. Uns dias a preto e branco outros cheios de cor e luz. Uns dias mais limpos outros rabiscados, pontilhados, sombreados, molhados, aguarelados... Um dia comprei uns lápis de aguarelas e tudo ficou mais colorido. Um dia fiz um risco e dele um desenho. Um dia faltaram-me as palavras e resolvi comprar uns lápis de aguarelas e comecei a desenhar... e não consegui mais parar.
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