Uma colega de trabalho vira-se para mim e diz:
- A ti é que te fazia bem ter um filho.
E eu perguntei:
- Então porquê?
Resposta dela:
- Para ver se ficavas mais calma.
A resposta que eu queria ter dado e não fui capaz:
- Não sabia que um filho era equivalente ao um Xanax ou uma terapia qualquer (apesar de já ter ouvido de tudo de bocas de muitas mãezinhas). Mas o que me irrita diarimente e que tu assistes 8 horas do meu dia é haver gente (como tu) que todos os dias chega atrasado ao trabalho, muitas vezes alegando que foi por causa dos filhos, prejudicando o trabalho de todos os outros que optaram por ainda não os ter.
Já só faltam 7 dias
... bem lá no fundo... no fundinho... eu acho sempre que as pessoas são boas, que qualquer acto menos agrádavel não foi intencional. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu acredito na essência. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu acredito no que se viveu, no que se falou, no que se partilhou, no que se deu e recebeu. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu acredito na amizade. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu acredito no amor. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu acredito na mudança. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu nunca deixo de ter fé. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... eu dou sempre o benefício da dúvida. No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... o que me doi não são os outros... No fundo... bem lá no fundo... no fundinho... o que me doi é descobrir vezes sem conta que tudo em que acredito não existe.
.. este, como o de hoje... em que não dormi nada por causa numa maldita melga que tentei aniquilar por duas vezes e que foi mais esperta que eu e que me obrigou a passar o resto da noite com um olho aberto e outro fechado debaixo dos lençois quase sem oxigénio. Este, como o de hoje... em que o primeiro café da manhã estava tão intragável que fui incapaz de o beber... resultado: vim a dormir ferrada no autocarro. Este, como o de hoje... em que o clientes que atendi eram duma estupidez tal que julguei estar num outro planeta. Este, como o de hoje... em que, depois do almoço, resolvo dedicar-me de corpo e alma ao meu café... o primeiro do dia e... o meu colega desastrado resolve entorná-lo todo em cima das minhas calças brancas. Este, como o de hoje... em que me vejo obrigada a andar metros na Avenida da Liberdade com ums calças brancas(?) completamente sujas em busca de algo que possa vestir para não passar o resto do dia com ar de... sei lá o quê... Este, como o de hoje... em que só me apetece é gritar e esganar alguém.
NÃO ME OFEREÇAM CAFÉ... POR FAVOR!!!
... são aqueles em que estivemos uma hora a ouvir alguém falar daquilo que não fala com mais ninguém...
... são aqueles em que vimos algo numa montra que é a cara de alguém de quem gostamos e tivemos a possibilidade de presentear...
... são aqueles que terminam em copos e gargalhadas com os amigos e nunca nos sentimos cansados...
...são aqueles em que largamos tudo para ajudar alguém...
...são aqueles em que conhecemos pessoas novas, lugares diferentes...
... são aqueles em que sonhamos...
... são aqueles em que damos...
.. são aqueles em que acordamos cheios de vontade e nos deitamos com um sorriso nos lábios...
... são aqueles que terminam com um pôr do sol na praia visto de uma esplanada a saborear uma salada e polvo com as amigas...
Não sei que karma é este mas começa a aborrecer-me. Então não é que não há empresa onde eu trabalhe que não vá piorando? Vai piorando a nível contratual, a nivel de ambiente de trabalho... e em muitas delas assisti à ruptura até à última hora de vida. E acho que isto já me tornou de tal modo desmotivada e fria que já me despeço de colegas que não vou ver mais como se os fosse ver no dia seguinte. Sei lá - "a gente habitua-se" - como dizem os velhinhos. Mas no fundo, no fundo, não nos habituamos, não nos habituamos ao entra e sai de gente, à má disposição de quem, mais uma vez, se apercebeu que ser ou não ser profissional, ou tentar sê-lo todos os dias, não é o suficiente para nos darem valor, para quererem manter as pessoas numa empresa, para as quererem motivadas e empenhadas porque, afinal de contas, lá fora, andam "sete cães a um osso" que SÓ querem um emprego. Aprendemos que não se fazem amigos nos trabalhos, desculpamos os que saiem e nos fazem promessas que "havemos de combinar café", não falamos da nossa vida privada porque sabe-se lá se amanhã não estará aquele colega a trabalhar com o ex ou o amante... desligamo-nos (o que permite concentrarmo-nos no trabalho) mas também não mantemos nada... nem amizades... nem posto de trabalho. E hoje lá foi mais um!
Gostava de ter mais paciêcia para esperar; mais optimismo para os dias tristes; mais lata para regatear; mais confiança para me expôr; mais indiferença para com as adversidades; mais esperança num mundo melhor; dizer mais o que sinto; pensar menos no que não sinto; amealhar mais; apagar mais mágoas; rir e dançar mais; escrever mais; pintar mais; mais coragem, mais força. Mais disto tudo e mais do pouco que tenho.
Ouvimos as palavras de quem está apaixonado e esquecemos tudo o que passámos minimizando e ignorando a dor de desejar alguém que não nos deseja ou, pior ainda, que não sabemos se nos deseja como se de um jogo do "vamos lá ver quanto gostas de mim e aguentas" se tratasse.
Vimos o brilho nos olhos de quem está apaixonado e esquecemos como é não ver mais nada para além da paixão e como tudo parece tão belo que somos capazes de deturpar palavras e gestos só para manter acesa a chama da paixão todos os dias.
Tentamos dizer alguma coisa com medo de que a dor seja maior que a paixão e esquecemos como a esperança é importante e sempre a última a morrer ... esquecemos como é difícil sair deste remoinho.
Damos a mão com medo que a queda seja maior e esquecemos que estar apaixonado é não querer sair daquela sensação maravilhosa de querer alguém e não ter medo de esperar... eternamente.
Tentamos ajudar porque esquecemos. Tentamos ajudar mas sabemos. Sabemos como é importante desejar mesmo sem qualquer certeza do desfecho. Só quem nunca esteve apaixonado é que não sabe... não sabe que não importa se a pessoa pela qual estamos apaixonados vale ou não vale alguma coisa, se brincou ou não brincou com o que sentimos... estar apaixonado é abrir o coração, é dar-he espaço para crescer sem limites, é dar sem esperar, é esperar sem noção do tempo, é ser emoção, é não existir razão... É coisa que muita gente já esqueceu mas já sentiu e outros... tenho quase a certeza... nem sabem o que é!
... às vezes mais do que devia. Escrevo sobre coisas que não devia. Escrevo às vezes sobre coisas que só fazem sentindo escritas. Escrevo sobre o que me incomoda, me deixa triste, me espanta e me faz pensar. Escrevo também sobre o que me deixa feliz... há coisas e pessoas que ainda me surpreendem pela positiva, pela bondade, pela energia, pela dádiva, pelo sacrifício. Escrevo sobre o que me revolta... é verdade... mas também sobre o que me faz rir. Escrevo sobre amizade, encontros e reencontros... escrevo sobre o amor.
... decidira não mais me irritar no meu local de trabalho, não mais vestir a camisola da empresa que já começava a ficar justa de mais e a sufocar-me todos os dias. Saía do meu trabalho todos os dias mais cansada do que se tivesse andado a correr o dia inteiro sem parar. E... consegui. Oito horas de trabalho sem me irritar, geridas com muita calma, sem pressas e descontraidamente. E foi assim que apanhei o autocarro para casa... descontraidamente. Tão descontraidamente que não vi bem o destino do autocarro que estava escrito numa folha A4 no vidro do autocarro, tão descontraidamente que nem me apercebi que o autocarro vinha mais vazio do que é norma, tão descontraidamente que nem reparei que as pessoas não eram as mesmas de todos os dias, tão descontraidamente que aceitei que o percurso, depois da ponte 25 Abril, fosse diferente porque, afinal, era Verão e os horário e alguns circuitos haviam mudado, tão descontraidamente que saí quando ouvi dizer que era a última paragem e, descontraidamente, me apercebi que não estava na paragem onde todos os dias saio.
Em suma... tive de ligar ao meu irmão que por sorte minha estava em casa e pedir-lhe para me vir buscar "não sei onde porque não conheço o sítio". E sempre sem me irritar... lá visualizei o simbolo de um MacDonnalld's e voilá... para comer não vale nada mas como referência serviu na perfeição.
... o tipo de homem que opina sobre as unhas da namorada com tom perjorativo... eu gosto das minhas pintadas de verde, amarelo e castanho; o tipo de homem que opina sobre a forma como a namorada se veste... eu gosto de andar vestida e calçada a rigor durante a semana e ao fim-de-semana calçar as havaianas e umas calças largas; o tipo de homem que responde mal à namorada à frente dos amigos e conhecidos; o tipo de homem que diz à namorada o que ela tem de comer com medo que esta fique gorda... eu adoro comer e com o meu corpo lido eu; o tipo de homem que liga à namorada mais que uma vez por dia com conversa de merda... gosto de olhos nos olhos e detesto que me incomodem durante o meu horário de trabalho para jogar conversa fora; o tipo de homem que faz piadas porcas sobre mulheres à frente da namorada; o tipo de homem convencido, arrogante e mal-educado... Não faz o meu género este tipo de homem e... os Deuses que me livrem de algum dia um destes tipos achar que eu faço o género dele!!!
Estou dentro do elevador com mais dois tipos que falam entre eles em inglês e entra uma mulher... loura, quase oxigenada, com um vestido por cima dos joelhos, ou melhor dizendo... um vestido um pouco abaixo do rabo, com umas sandálias de salto alto e, um dos tipos vira-se para o outro e diz em inglês: "- Esta mulher que entrou agora é o meu tipo de mulher. É uma mulher destas que eu quero na minha vida." Ou este comentário era uma dica para a senhora... ou estes tipos substimaram a nossa inteligência de portuguesinhas... ou mesmo de mulheres.
... termina sempre que estou num sítio público e sou (quase) obrigada a ouvir a música saída dos telemóveis de personagens estranhas que se passeiam por aí e desconhecem a maravilhosa invenção de nome "fones".
Se o meu ordenado já tivesse aumentado os cêntimos que tem aumentado a gasolina desde o início do ano, os cêntimos que aumentaram os transportes públicos e todos os cêntimos que os bens essenciais têm aumentado... eu se calhar já podia dizer que tinha um ordenado bom!!!
O blog do David
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