... se vivesse sozinha, chegaria a casa, abriria uma garrafa de vinho tinto, enchia a banheira, bebia do vinho ao som de uma musiquinha, fumava um cigarro e só acordaria amanhã. Como, infelizmente, estou em casa dos meus pais onde não se fuma e quase não se bebe, fico-me pelo duche e cama logo a seguir. Hoje nem tenho estômago para jantar.
Se passar por mim na rua, uma estrela de cinema hollywoodesca, eu nem vou dar por ela porque, normalmente, estou mais preocupada em ver qual o buraco maior existente entre as pedras da calçada Lisboeta possivel de me ficar com o sapato de salto alto. Confesso... tenho pânico de um dia ficar por aí com um sapato no pé e outro na mão.
... a paixão tenha idade para se instalar, que necessite de certas e determinadas condições para (sobre)viver, para não mais partir, para durar mais que uma noite, um mês, um ano. Receio que não seja compatível com a idade adulta, com a estabilidade que se pretende financeira e emocional, com o quotidiano, com as diferenças, com os obstáculos, com os altos e baixos da vida. Receio que não seja possivel trazê-la para dentro de quatro paredes e obrigá-la a conviver com pratos e roupa suja. Receio que tenhamos que optar entre a paixão e o amor. Receio que tenhamos um limite de idade para escolher. Receio que ao longo dos anos deixemos de ser seduzidos, conquistados, arrebatados, puxados, atirados, surpreendidos, desejados...
... ganhei mais um vício...
Porquê que eu experimentei... porquê?
Mais uma Primavera! E depois da Primavera virá o Verão... e depois do Verão o Outono... e depois do Outono mais um Inverno... e assim sucessivamente. Chega a ser irritante o facto de quase tudo ser tão previsivel, chega a ser aborrecido sabermos de antemão que "faz parte da vida" o bom e o mau. Já sabemos que há sempre lugar para mais amigos, que há sempre lugar para novas paixões, que há sempre lugar para um emprego novo, que há sempre lugar para um desafio... sabemos também de antemão que a morte é inevitável, que as perdas, as derrotas, os desamores e as desilusões farão sempre parte do nosso ciclo da vida.
... aquele que, no Dia do Pai, oferece um presente à mãe por esta ter sido e continuar a ser mãe e pai ao mesmo tempo :)
Não existem pessoas totalmente más nem existem pessoas totalmente boas (pelo menos é nisso que eu acredito hoje independentemente do que acreditei ontem ou no que acreditarei amanhã). Existem sim, pessoas e/ou situações que despertam o nosso lado bom e existem pessoas e/ou situações que despertam o nosso lado mau.
Ontem já ía a caminho de casa quando uma amiga me ligou para irmos beber um chá e colocar a conversa em dia. Vai de nos sentarmos num café da Baixa, pedir uns scones e um bule de chá com DUAS CHÁVENAS (dado que já conheciamos o sítio, os bules, o chá e sabiamos perfeitamente que um bule daria para duas ou mais pessoas). Colocada a conversa em dia, pedimos a conta e constatamos que nos cobraram mais 0.20€ por uma das chávenas. Vai de confrontar os empregados, vai de chamar o gerente, vai de este devolver os 0.20€ sem qualquer argumento que justificasse o tal valor no talão... Ai se uma pessoa não vê... é comido cá com uma pinta!!!
Não é teoria comprovada eu sei... mas nas reuniões secretas femininas que eu e as minhas amigas realizamos em noites de lua cheia ao sabor de vinho tinto, rodeadas de velas e sacrificios animais (isto dos sacrificios é mentira) chegamos as conclusões tão semelhantes quanto assustadoras sobre o bicho homem (Já agora um à parte para aqueles que julgam que nós mulheres, quando nos juntamos é só para falar mal dos homens. Nada disso. Acho até que há algumas mulheres que preferem mentir e dizer maravilhas do(s) seu(s) homem(s) a ter que dizer mal). Resumindo, não falamos mal, trocamos experiências, queimamos as roupas deles enquanto dizemos frases mágicas (ahahahah... mais uma mentirinha. Sinto que estão quase a acreditar). Digamos que funcionamos como uma espécie de cientistas à procura da fórmula mágica que nos permita entender nem que seja um pouco o bicho. Perceber porque continuam eles a dizer, ainda na casa dos 30: "- A minha mãe faz." / "- A minha mãe disse." / A minha mãe tem." / "- A minha mãe..." / "- A minha mãe..." / "- A minha mãe..." / "- A minha mãe..."
E o amor tem coisas tão estúpidas ao ponto de nos fazer acreditar que aquilo é tudo amor pela mãe, que é uma questão de carinho, de calor familiar... ao invés de um tremendo comodismo... um pretexto para não lavarem a roupa, para não tratarem de burocracias, para justificarem os atrasos, para não terem que ir ao médico, para não nos levarem a passear, para não nos deixarem ser, de vez em quando, um pouco mais "relaxadas" e desligadas das coisas que as mães deles tão bem se inteiram. Nessas reuniões não se chega a conclusão alguma (até agora mas...as fórmulas levam anos a descobrir...) na volta também é uma desculpa para sairmos um bocadinho e voltarmos cheias de saudades e fazermos-lhe todas aquelas coisas que as mães não podem fazer.
Uns sapatinhos que foram uma pechincha tão grande que receio que vão ser como uma paixão... intensa e fugaz.
É a desculpa para os erros que se cometem consciente ou inconscientemente. É o pretexto para se magoar volutária ou involuntáriamente. É a (in)justificação para o estado do planeta. É a desculpa para não se pedir desculpa e se perguntar com ar inquisidor: “- Mas tu nunca erras, é?”
Não, ninguém é perfeito! Mas há os que pensam duas ou mais vezes antes de falar. Mas há os que pensam duas ou mais vezes antes de agir. Perde-se a espontaneadade é certo... mas ganha-se paz de espírito.
... que não lembro só no dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher, mas que fazem parte de mim porque me marcam ou marcaram pela experiência de vida partilhada, vivida e sentida num determinado espaço ou tempo e para sempre gravadas em mim como exemplos de grandes mulheres: Ana - pelo amor incondicional; Antónia - pela determinação; Tica - pela alegria; Irene - pela força; Ofélia - pela generosidade; Maria Oliveira - pelo sacrifício; Cila: pela esperança; Maria do Rosário - pela coragem; Elisabete - pela paciência; Sandra - pela sinceridade; Marta: pelo desafio; Mónica: pelo dom do perdão; Alda - pelo carinho; Graça: pela sabedoria... São também mulheres da minha vida as minhas primas e as minhas amigas, por tudo o que temos em comum e de diferente e que nos faz crescer em cada partilha!!!
Gostava muito, muito mesmo que houvesse por aí uns comprimidos para a memória... em excesso! Comprimidos para esquecer pessoas que não valem o espaço que ocupam na minha memória, para esquecer cheiros de pessoas e de sítios, comprimidos para esquecer saudades ridÍculas (entenda-se por saudades ridículas, aquelas que temos de pessoas de quem gostamos pelo o que nos deram no passado e não pelo o que nos dão no presente), comprimidos para quem se lembra só das coisas boas e não consegue manter o ódio (?) activo mais de 24 horas (e se calhar às vezes até era bom para não cairmos no mesmo erro vezes sem conta), comprimidos para quem não esquece as coisas boas que às vezes são mais que as más e não nos permite seguir em frente ou mudar de rumo.
A memória trai-me com aquilo que não consigo esquecer. Porque queria sempre que as memórias fossem só memórias boas. Porque, apesar de ficar magoada, eu não consigo esquecer o bom nem o mau então, às vezes fico sem saber muito bem o que sentir, o que fingir que apaguei, o que esquecer (mesmo correndo o risco de me magoar vezes sem conta), o que guardar na memória porque... há coisas que não quero mesmo apagar.
O blog do David
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