Queria eu poder dizer aquelas coisas maravilhosas sobre a noite e o dia de Natal... Queria eu poder dizer que comi que nem uma louca tudo o que havia naquela mesa e que todos lá em casa sabem que eu adoro... Queria poder dizer que foi uma noite de paz e harmonia... Queria poder dizer que os cheiros que vinham da cozinha me invadiam a alma e me traziam boas recordações... Queria poder dizer que foi tudo aquilo que deveria ser a noite e o dia de Natal mas... não foi assim... por incrivel que pareça foi igual ao de há dois anos... por incrivel que pareça vomitei três vezes na minha vida e duas delas foi na noite de consoada... Começo a ficar preocupada... ou alguém se lembra de me "picar o boneco" nesta data; ou o Pai Natal tem outras formas de castigar as meninas mal-comportadas (?) e, ao invés de não dar presentes, dá-lhes uma noite passada de cabeça dentro da retrete; ou tenho um virus que, por várias razões, reage sempre nesta altura do ano; ou é pura coincidência...
Vou obrigar a malta lá em casa a fazer tudo o que se faz na noite de Natal mas num outro dia do ano... pode ser que resulte!!!
Espero que as outras pessoas todas tenham tido uma noite cheia de sonhos, filhoses, rabanadas, bacalhau de qualquer maneira, lampreia, tronco de chocolate, arroz doce, pinhões, avelãs... todas estas coisas que EU deveria também ter tido o prazer de degustar e a única coisa que me foi possivel fazer foi "deitar fora" a mísera sopa e salada de frutas que tinha almoçado:(
... é que o grande desafio da vida são as relações humanas.
... é que são as pessoas que nos fazem rir e chorar, amar e sofrer, aprender (sempre) com o bom e o mau...
... é que são as diferenças que nos atraiem e nos afastam.
... é que não somos nada sem os outros e muitas das vezes os outros nos fazem sentir nada.
... é que as palavras são sempre pouco para explicar tudo o que nos vai na alma.
... queremos quase todos o mesmo mas amamos todos de formas diferentes, damos de formas diferentes, queremos coisas diferentes, buscamos coisas diferentes e de formas diferentes...
... é que somos um grande puzzle... cada pessoa uma peça diferente... e talvez nenhuma delas se encaixe na verdadeira perfeição numa outra peça.
... muito apurado... que me permite perceber quando um homem está interessado numa mulher... só não consigo (ou não quero) aplicá-lo em mim.
Vou montar uma barraquinha ;)
É a mais pura das verdades… somos humanos mas, acredito que temos capacidades que nós mesmos desconhecemos. Acho até que, ainda não percebemos que a maior parte dos nossos desejos e sonhos nos cabem nas mãos e são possiveis de concretizar com um simples “acreditar”. E falando um pouco na primeira pessoa... confesso que tudo, ou quase tudo o que desejei, “chamei a mim”... aconteceu... Nem por isso sou a mulher mais feliz do mundo! Talvez me falte... talvez nos falte... desejarmos o melhor para nós mesmos... Talvez nos falte termos a capacidade para saber se o que desejamos é fundamental para sermos felizes ou não... porque... sejamos um pouco racionais... nem sempre o que desejamos é o melhor.... Mas também é verdade que “se não tentarmos, se não arriscarmos não saberemos”... Resumindo e concluindo: Somos humanos, temos a capacidade de pensar, de sentir, de sermos felizes mesmo que essa busca seja uma constante e, nós somos os únicos responsáveis pela nossa própria busca, somos nós que criamos as nossas próprias oportunidades, somos nós que desejando muito e canalizando toda a nossa energia, conseguimos tudo o que queremos mas... não somos perfeitos, nunca seremos perfeitos, iremos sempre cometer erros por muito que não queiramos. Resta-nos juntar todas as nossas capacidades e aprender com os nossos erros... não basta desejar... não basta também ficar à espera que a felicidade nos venha bater à porta... talvez um dia consigamos conciliar todas as nossas capacidades e buscar da melhor forma a nossa felicidade.
... sem palavras... completamente em branco...
Se damos pouco é porque damos pouco... se damos muito é porque damos muito...
Com 3 ou 4 anos eu já me questionava sobre as coisas da vida, já me perguntava porquê, já me fazia confusão as contrariedades dos adultos e as suas historinhas. É que, sinceramente, tudo o que nos era e continua a ser transmitido nesta época não faz qualquer sentido, não era e continua sem ser coerente. Ora uns falam do menino Jesus (pequenino, numa majedoura) e outros do Pai Natal (homem gordo, vestido de encarnado, de rosto escondido por detrás de umas barbas brancas enormes)... uns falam de Reis Magos montados em camelos (ou serão drumedários?) e outros de duendes, ajudantes do Pai Natal montados num trenó puxado por Renas (ou serão alces?)... uns falam de Reis Magos que levaram dias a chegar até ao menino Jesus... enquanto o Pai Natal distribui os presentes numa noite pelo mundo fora. É isto que querem continuar a dar às crianças desta sociedade é? É isto que querem incutir em mentes de gente pequenina que ainda mal sabe escrever? É isto que queremos continuar a dar a estas crianças... homens e mulheres de amanhã? Eu confesso, estas é daquelas coisas que desisti de entender (quem me dera conseguir fazer isso com tudo ou quase tudo)... sigo a manada... ups... as renas... ups... os alces... ups... drumedários(?) e faço como os outros: como o bacalhau na consoada, o perú no dia de Natal, abro os presentes às 0 horas do dia 25... siga... até porque, como se diz por aí nesta altura do ano... "Natal é quando um homem quiser"
Gostar de alguém ou alguém gostar de nós... implica (quase sempre) magoarmos ou magoarem-nos, mesmo que sem intenção e... isso é assustador.
... para nos esquecermos de sermos felizes!!!
Israel Kamakawiwo'ole - Somewhere Over The Rainbow
Ás vezes perco-me no meu mundinho, um mundo no qual vagueio desde muito pequena durante horas a fio, calada, num reboliço de pensamentos que se vão articulando, encadeando numa busca incessante de respostas e explicações. Não procuro verdades absolutas, procuro, desde muito pequena, compreender. Sou capaz de ficar dias assim, dias a empenhar-me nessa busca, atenta às pessoas, aos gestos, às palavras, aos rituais, às formas, às cores, aos sorrisos, às lágrimas... mais atenta do que normalmente e, sem dar conta das horas e dos dias a passar... tal qual zombie. É dificil explicar tudo o que me passa pela cabeça, tudo o que me espanta, tudo o que me absorve e me remete para esse meu mundo. É dificil partilhá-lo. É dificil assumi-lo, explicá-lo a qualquer pessoa. E durante anos nunca me apercebi de como isso pode afastar as pessoas, de como é dificil amar ou ser-se amado quando o pensamento é maior do que o silêncio que se faz entre duas pessoas...
O blog do David
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